sexta-feira, 11 de março de 2011

A mulher sábia

(Em alusão ao 8 de março, dia internacional da mulher)

‘A mulher sábia edifica sua casa...’ Pv 14.1a

Que a paz de nosso Senhor seja contigo, amado irmão e amada irmã!
Na terça-feira passada comemorou-se em nível mundial o Dia Internacional da Mulher. Embora a origem deste dia esteja ligada a um fato tão triste, que ceifou a vida de 129 tecelãs que reinvindicavam condições mais humanas de trabalho (1), entendo que a marca que devemos ‘comemorar’ não é a do martírio, mas a das conquistas vividas pelas mulheres no decorrer da história.
A história bíblica nos traz exemplos de mulheres que viveram os planos do Senhor, e que compreenderam que, desde a criação, Deus a crendenciou para liderar (basta olhar Gênesis 1.27-30 - Deus confia ao homem e à mulher a liderança da criação).
Gostaria de destacar uma, sábia, anônima, citada na Palavra de Deus. O texto bíblico fala dela em 2 Reis 4.8-37, tratando-a apenas por ‘sunamita’ (ou seja, natural da cidade de Suném).
São fatos como os vividos por esta mulher que evidenciam que ‘a mulher sábia edifica sua casa’.
Narra esta história que esta mulher era rica (v 8), o que já a dá uma certa auto-suficiência. No entanto, ela não ousa confiar em seu dinheiro. Pelo contrário, faz uso dele para acomodar o Homem de Deus Eliseu em sua casa. Diz ela a seu marido: ‘este que passa sempre por nós é santo Homem de Deus. Façamos-lhe um pequeno quarto no terraço, e ali ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro. Quando ele vier a nós, ali se acolherá’. Uma mulher sábia acolhe o que é de Deus em sua casa.
Mais tarde vem a bênção pela abnegação desta mulher: ela, que não tinha filhos e não os poderia gerar por conta da idade avançada de seu marido, recebe da boca do profeta uma palavra que cumpriria-se em média de um ano. Uma criança nasceria-lhe, como resposta à sua fidelidade ao Senhor, demonstrada em seu ato abnegado de acolher a Eliseu (vv. 13-17). Uma mulher sábia recebe o galardão de sua fé.
Acontece que os anos passaram. O menino, crescido, sai para trabalhar com seu pai, e, acometido de uma forte dor de cabeça, causada quem sabe por uma insolação, volta para casa, onde morrre no colo da mãe. A reação desta mulher, mais uma vez, é de plena fé. Sai ela, deixando-o na cama, e pede ao marido que dê ordem a algum de seus funcionários: ela queria uma jumenta celada, pois iria ao Homem de Deus. Quando seu marido lha pergunta: ‘por que vais a ele hoje? Não é lua nova, nem Sábado’, ela lhe responde: ‘está tudo bem!’ (vv. 18-24). Uma mulher sábia discerne que, em primeiro lugar, deve levar seus problemas a Deus.
Ela levou Eliseu mais uma vez à sua casa. Lá chegando, o profeta atesta: o menino era morto. Ela, no entanto, confia o corpo de seu filho ao profeta, que fecha a porta do quarto, e após orar e debruçar-se sobre o garoto, a pele deste voltou a aquecer-se, e, espirrando sete vezes, tornou à vida. Chamada a sunamita, o natural seria que ela logo atarracasse um abraço em seu filho, esquecendo-se até mesmo daquele que operara tal milagre. No entanto, o inusitado acontece: cai ela de joelhos em louvor ao Senhor, diante de Eliseu, e só depois toma seu filho, saindo do quarto (vv. 32-37). Uma mulher sábia louva a Deus sobre todas as circunstâncias.
E nem o nome dessa mulher é registrado no texto bíblico! Isso nos mostra também que é possível ser uma mulher sábia sem ter de sair do anonimato.
Mulher, deixe sua marca na história! Seja na história da nação ou na história de uma só pessoa, não deixe sua vida passar ‘em branco’. Seja sábia!
(1) 129 funcionárias da Fabrica de Tecidos Cotton, em Nova Yorque foram incendiadas vivas, juntamente com toda a fábrica, porque reivindicavam o fim da exploração que as levava a longas 12 horas ininterruptas de trabalho pesado. O holocausto ocorreu em 8 de março de 1857, data que marca o Dia Internacional da Mulher.


Pr. Paulo Amendola Filho